Aproximaçom biográfica de Lino Tejada Rodríguez
Na véspera do 80 aniversário do fusilamento polo fascismo de Lino Tejada Rodríguez [Moinhos 1901- Jaén 1940], divulgamos integramente umha aproximaçom biográfica dumha figura que“por indiscutíveis méritos próprios é um dos grandes do Val do Límia, um dos seus melhores e mais destacados filhos”.
Da autoria de Carlos Morais, foi publicada na primavera de 2019, no número 14 da revista Lethes. Cadernos Culturais do Limia.
De filho da nobreza fidalga do Val do Límia a Governador Civil do Alacant da resistência republicana
Entre as lembranças gravadas a lume da minha infância em Mugueimes, recordo como a minha avó materna, Rosa Tejada, e as suas irmás Olímpia, Luz e Sara, nom tinham esquecido o seu irmao Lino. A morrinha fundia-se com um halo de mistério quando afirmavam que “tinha morrido na guerra”.
A memória do Lino seguia viva entre aquelas mulheres tam referenciais na minha vida. Às vezes suspiravam por saber onde, como e com quem podiam estar os seus restos, deslizando discretamente a aspiraçom de que algum dia voltassem a descansar na sua terra, no fermoso Val do Límia.
A investigaçom sobre a vida de Lino Tejada está numha fase inicial. Embora nos últimos meses tenhamos avançado nas pesquisas que nos permitem traçar a grandes rasgos o seu perfil, estamos mui afastados ainda de conhecer capítulos e episódios centrais da sua biografia. Imensas lacunas biográficas por falta de informaçom, impossibilitam reconstruir com maior detalhe o seu inocultável perfil político.
Desenterrar do esquecimento e da amnésia imposta quem foi Lino Tejada Rodríguez, é umha tarefa apaixonante, mas nom polos vínculos sanguíneos que me ligam à sua figura. Por indiscutíveis méritos próprios é um dos grandes do Val do Límia, um dos seus melhores e mais destacados filhos. Divulgar, mediante esta aproximaçom biográfica, quem foi, é necessidade ineludível para o reconhecimento popular e a posterior merecida homenagem.
Sabemos quem era, de onde procedia, e as causas da sua trágica morte a mais de 800 quilómetros da sua terra, diante de um pelotom de fusilamento fascista, no crepúsculo do verao de 1940.
Sabemos que durante a guerra de classes de 1936-39, como funcionário policial foi consecuente com o juramento de lealdade à República, mas também da sua coragem e firmeza ideológica assumindo duas importantes missons. Neutralizar no verao de 1936 o amotinamento da guarda civil concentrada no santuário da Nossa Senhora da Cabeça [Jaén], e já quando a guerra estava perdida, e muitos levavam semanas e meses preparando o exílio, e os traidores conspirando com o quintacolunismo a claudicaçom, dar a cara assumindo a máxima responsabilidade institucional como representante do governo legítimo do doutor Negrin no convulso Alacant de fevereiro de 1939.
À margem de outras consideraçons do ámbito estritamente subjetivo, Lino Tejada Rodríguez foi um homem comprometido com a tarefa histórica de construir um mundo novo, superador da barbárie capitalista, que renunciando ao confort das suas origens de classe, optou por estar e luitar polos de baixo, com os que levam séculos padecendo a dominaçom, opressom e exploraçom.
Desmontando erróneas percepçons
Mas contrariamente ao que sempre escuitei nas casas familiares[1], Lino nom morrreu na “guerra”, foi assassinado um ano e meio depois da vitória franquista de 1 de abril de 1939.
A aceleraçom da luita de classes que tem lugar na década dos anos vinte e trinta do século passado na Galiza e a escala mundial, cinzelárom o seu destino.
Segundo consta na partida de nascimento, eram as 9 da manhá do dia 7 de fevereiro de 1901 quando Lino Tejada Rodríguez nasce na casa familiar de Moinhos.
Era o segundo filho de Javier Tejada Armada[2] e de Segunda Rodríguez Rodríguez[3], neto de José Tejada Álvarez [Calvos de Randim] e Maria Armada Álvarez [Santa Comba] por linha paterna, e de António Rodríguez Veloso [Grou] e Rosa Rodríguez Veloso [Quinta de Sam Martinho, Lóvios] por via materna.
Lino converteu-se de facto no primogénito de sete irmaos [Maria Segunda, Rosa, José Constantino, Olímpia, Luz, Sara e Francisco Javier], pois o primeiro -Luís Tejada Rodríguez-, que tinha nascido once meses antes, faleceu prematuramente.
Ter chegado ao mundo num dos paços de umha das estirpes mais poderosas do Val do Límia, condicionou a sua vida, mas nom determinou a sua biografia.
Se bem o brasom de armas dos Tejada pudo ter aberto portas e facilitado vontades ao longo da sua vida, nom impossibilitou o seu trágico final.
A família Tejada[4] foi durante séculos dona e senhora[5] da fértil veiga lavrada polo rio Límia entre o Larouco e o Laboreiro, que a leste se extende desde a lagoa de Antela –o que foi até 1958 o grande mar interior da Galiza- e polo oeste, já em Portugal, com o que corretamente é a Baixa Límia ou Lima. Mas também a sua influência atingia terras e territórios limítrofes.
Só as profundas mudanças socioeconómicas produzidas a cavalo do século XIX e XX permitem entender a figura de Lino Tejada.
Foi espetador das conquistas logradas no processo de emancipaçom social contra os resquícios feudais na propriedade da terra: aboliçom do foro em 1926. Mas também da agudizaçom da pugna pola orientaçom da revoluçom burguesa, derivada das singulares caraterísticas do Estado liberal. O confronto entre as forças emergentes burguesas e as forças estamentais, nostálgicas do ancien régime, que de 1814 detenhem o controlo do Estado espanhol [aristocracia latifundista, militar e eclesiástica], som elementos determinantes neste processo.
O desenvolvimento das forças produtivas, e o imenso protagonismo e níveis de auto-organizaçom campesinha e operária -nunca mais superados-, que agroma com a proclamaçom da II República espanhola em abril de 1931, vai ocupando amplos espaços de representaçom, reclamando direitos laborais e liberdade. Eis os principais factores que alterárom as relaçons sociais e modificárom a perpetuaçom da dominaçom secular da fidalguia rural.
Um ciclo histórico finalizava e um novo horizonte emergia das entranhas do povo. Embora os pais de Lino Tejada ainda possuissem muitas terras e propiedades a inícios do século XX, som eles quem implementam a “transiçom de classe”, convertendo-se em burguesia comercial rural.
Lino, como umha parte da juventude da época que nom procedia dumha extraçom social popular, também foi influido e empapado pola fulgurante batalha de ideias que as forças operárias de orientaçom marxista imprimírom na segunda e terceira década do século XX. O impacto da Revoluçom bolchevique de 1917 tampouco passou desapercebido no Val do Límia.
Desconhecemos ainda os detalhes e pormenores das causas que provocárom que umha parte da família Tejada originária de Moinhos, abraçasse com a chegada da II República espanhola as posiçons antifascistas de orientaçom comunista.
Rosa Tejada, na entrevista citada, dá umha contundente chave cognoscitiva quando à pergunta de quando se integrou no PCE, afirma taxativamente “quando nom tinhamos nada”.
O processo de perda do património familiar por mor das herdanças, unido a umha má gestom que dilapidou boa parte da fortuna, provocou umha relativa “depauperaçom” dos netos de Javier Tejada Armada e Segunda Rodríguez Rodríguez
A assevaraçom marxista de que “as condiçons materiais determinam a consciência”[6] som perfeitamente aplicáveis no caso que nos ocupa. Assim o Lino, sendo o filho varom e primogénito de facto, incorpora-se na administraçom estatal, como funcionário policial.
Nom temos ainda dados de onde cursou estudos, como tampouco onde realizou o serviço militar, se estivo destinado nas colónias norteafricanas como o seu cunhado Manuel Álvarez Pena. De facto tampouco sabemos o grau de influência que este tivo sobre ele, por ter sido o responsável político do PCE no partido judicial de Bande[7].
A influência do PCE no Val do Límia a partir da vitória eleitoral da Frente Popular de 16 de fevereiro de 1936 era destacada, embora ainda nom exista um estudo historiográfico que relate e constate a dimensom e influência atingida. O censo de filiaçom do PCE na província de Ourense em julho de 1936 rondava 3.000 militantes, que representava 40% do partido a nível nacional [7.540 na Galiza][8]. À altura da primavera de 1933 som dez o número de integrantes que se calculam faziam parte do núcleo comunista de Moinhos.
A raíz da fracassada tentativa insurrecional de outubro de 1934, promovida com diversos graus de implicaçom polas principais expressons do movimento operário [PSOE, UGT, PCE, CNT], um informe da Guarda Civil sinala que no concelho de Moinhos agia umha célula comunista “integrada por activos propagandistas”[9].
Irmás de Lino Tejada formavam parte deste núcleo, destacando Rosa, ou bem simpatizavam e colaborávam, como a Olímpia, quem teria “bordado umha bandeira, preciosa, despois pudriu cando foi a guerra, escondeu-nas”[10].
A aldeia de Mugueimes na que viviu Lino de criança e de jovem, após ter construído o seu pai casa própria, tinha umha rua chamada Aida de la Fuente, a jovem comunista assassinada nas Astúrias em outubro de 1934, e convertida num ícone da juventude rebelde e combativa pola Internacional Comunista[11].
Esta rua era a artéria principal de Mugueimes, onde estavam instalados os principais estabelecimentos comerciais e negócios : o comércio-bar ”La Colmena” nos baixos da casa dos Álvarez Pena e a carpintaria do Isidro no que se conhece como bairro dos Bulhos, a taberna do Demétrio -onde atualmente é a vivenda da Lola González-, a posta de correios na velha casa do José Ramóm, e após passar as leiras do que se conhecia como campo de Mugueimes e onde atualmente está o jardim e o café Fortes, frente ao que durante décadas foi o cafê do Vaina, a carpintaria do José [avô do Pepe da Delmira], especializada em ataúdes, e o comércio da Pilar [mulher do José], onde posteriormente estivo instalada a sucursal da “Caja de Ahorros Provincial de Orense” e onde parava o Ampian, o “coche de linha” que vinha de Ourense[12].
Casado com três filhos
Sabemos que a finais da década dos anos vinte, casa com María Cristina Rodríguez Conde, natural de Ourense, e tem três filhos[13].
Adolfo Javier Tejada Rodríguez nasceu 5 de maio de 1927 em Ourense. José Carlos nasceu em Mugueimes e Lino Miguel Tejada Rodríguez já nasceu em Jaén, 13 de julho de 1938.
Por motivos laborais nos últimos anos vivia em Jaén, e mesmo conhecemos que no verao de 1938 residia na rua do “1º Ensanche número 10 piso” [sic] desta cidade andaluza.
A sua mulher, María Cristina, nos anos posteriores a morte de Lino estivo vivendo em Mugueimes, e mais tarde fixou a sua residência em Almería.
Desconhecemos quando foi a última vez que estivo em Mugueimes, quando abraçou e beijou por última vez a mamá Segunda, quando fôrom os seus últimos bailes nas festas de verao, a sua última romaria da Clamadoira, os passeios, as jornadas de pesca e caça no Val do Límia, os banhos nos rios Límia e Salas, as viagens a Ourense, mas a situaçom política indica que tivo que ser antes do levantamento fascista de 18 de julho de 1936.
Funcionário policial
Ainda nom sabemos quais fôrom, nem onde realizou os seus estudos, tampouco onde cumpriu o serviço militar, mas sim sabemos que na segunda metade da década dos vinte já era funcionário policial.
Na mencionada entrevista, Rosa Tejada afirma “despois o meu irmao, o pai de Adolfito, fijosse policía, estudiou policía secreta, estava de polícía em Orense, primeiro com donha Angelita[14], umha duquesa, umha marquesa que tem aquelo do Couto, aquela iglesinha do Couto. (…) despois escolheu de policía o Lino. Parece que se enamorara do Lino, que ela estava solteira”.
Do que sim temos constância é que à altura de 1936 formava parte do staff de segurança do governador civil de Jaén [Andaluzia].
A hipótese mais plausível, ainda sem certificar documentalmente, e que perante a deserçom dos mandos policiais após o golpe de Estado fascista de 18 de julho de 1936, Lino Tejada foi ascendido[15]. Deste jeito, pola sua firmeza política e lealdade à causa da República, foi designado delegado especial governativo pola máxima autoridade provincial de Jaén, Manuel Martín Galeano, para neutralizar o amotinamento da guarda civil acantonada num santuário em Serra Morena, a 32 quilómetros de Andújar[16].
Após o fracasso da sublevaçom em Jaén, a maioria dos postos da “bememérita” da província fôrom abandonados, concentrando-se as forças repressivas na capital e em grandes núcleos urbanos. O repregamento pretendia evitar que os seus efetivos fossem neutralizados polas ativas e combativas milícias operárias e campesinhas.
Assim, a 18 de agosto de 1936, após um acordo entre os mandos da Guarda Civil e o Governador de Jaén, chegam ao Santuário da Virgem da Cabeça de Andújar, 165 guardas, dous capitáns, um tenente, dous alféreces, o tenente-coronel chefe da comandáncia e o comandante maior, acompanhados por 1.220 civis, na imensa maioria familiares do contingente militar.
Lino Tejada foi autor do “Expediente instruído com motivo de la sublevación de los guardias y residentes en la Virgen de la Cabeza de Andújar“. O relatório -que ainda nom logramos consultar-, consta de 38 fólios mecanografiados com as diligências, acompanhadas da relaçom epistolar entre as autoridades republicanas e a guarda civil do Santuário, mas também “octavillas”[17] lançadas pola aviaçom republicana sobre os sitiados, cinco notas autógrafas, um informe oficial e outros textos manuscritos.
Lino Tejada chega a Andújar 9 de setembro de 1936 iniciando contatos com as autoridades republicanas, percorrendo a cavalo e a pé o terreno, estudando in situ a situaçom.
Perante a constataçom de que as forças da guarda civil nom se submetem às diretrizes instruídas polas autoridades republicanas[18], ordena ao chefe do aeródromo de Andújar, lançar “octavillas”[19] sobre o santuário. Assinadas por Lino Tejada, require-se que abandonem o Santuário e se integrem na recém constituída Guarda Nacional Republicana [GNR][20].
A negativa dos amotinados força que no dia 13 de setembro, Lino Tejada solicite ao Governador Civil que se iniciem os preparativos para o assalto militar do Santuário.
Porém, nos dias posteriores encabeça a delegaçom governativa que abre umha negociaçom com os amotinados. Como o acordo de iniciar evacuaçom em autocarros é de imediato incumprido pola Guarda Civil, entre o 16 e 24 de setembro o santuário é bombardeado[21], numha tentativa de procurar a rendiçom do contingente sublevado. Isto só logra que várias dúzias de guardas abandonem o recinto. A partir do dia 25 de setembro, perante a impossibilidade dumha saída política negociada, impom-se a soluçom militar, cessando Lino Tejada as funçons para as que tinha sido nomeado.
Embora o Santuário carecia de interesse militar estratégico, a vitória fascista sobre o assediado Alcázar de Toledo em setembro de 1936, converteu a toma da Virgem da Cabeça, polo recém constituído Exército Popular Republicano [EPR], numha necessidade simbólica para injetar moral de vitória. O próprio franquismo também assim o interpretou no seu posterior relato[22].
A primeira hora do dia 2 de maio de 1937 a bandeira tricolor republicana ondeva sobre as ruínas da Virgem da Cabeça de Andújar.
Falsamente acusado de ser corresponsável das execuçons dos “trens da morte”
Na província andaluza de Jaén a sublevaçom fascista foi sufocada pola iniciativa do proletariado rural de orientaçom anarquista, socialista e comunista, e da classe operária bem organizada nos sindicatos e forças políticas da esquerda marxista integradas na Frente Popular, que nom aguardárom passivamente -como lamentavelmente aconteceu na Galiza-, a que os militares golpistas saisssem dos quartéis e lessem o “bando de guerra”, com apoio do falangismo e do conjunto dos partidos de extrema-direita.
Umha boa parte dos oficiais golpistas, terratenentes, grande burguesia, dirigentes e destacados quadros do falangismo e outros partidos reacionários, mais a cúria eclesiástica, fôrom logicamente detidos para reduzir e evitar que manobrassem contra os interesses do povo trabalhador.
O colapso inicial que padece nos primeiros meses da sublevaçom o Estado Republicano polas deserçons, e no quadro da fracassada tentativa de Revoluçom social promovida por amplos segmentos operários e populares [ocupaçom das terras, coletivizaçom de fábricas, incautaçom de bens eclesiásticos, controlo territorial do povo em armas organizado em milícias] está na origem das legítimas açons de repressom contra os responsáveis da miséria e pobreza do povo trabalhador.
As autoridades republicanas, hegemonizadas pola pequena burguesia liberal, nom secundavam o emprego da violência revolucionária contra os inimigos da classe operária e o campesinhado, mas careciam de meios suficientes para evitar o que consideravam “assassinatos incontrolados” na retaguarda.
Assim, nas semanas posteriores ao levantamento franquista, fôrom efetuadas milhares de detençons de simpatizantes da rebeliom militar ao longo da geografia de Jaén. Este contingente prisional foi incrementado com detidos procedentes da localidade cordobesa de Adamuz, após ser tomada polas tropas do general Miaja, provocando a saturaçom das prisons de Jaén e um delicado problema para as autoridades republicanas, comprometidas em velar pola segurança dos detidos.
O precedente de Úbeda, onde na noite de 30 de julho à volta de meio centenar de direitistas e terratenentes tinham sido linchados polas massas, após assaltarem a prisom local, provoca que o Governador civil de Jaén, Luis Rius Zunón, decida enviar boa parte dos 800 detidos na catedral e prisom da capital provincial à prisom de Alcalá de Henares, após selar um acordo com o Diretor Geral de Prisons.
Os dous comboios especiais que trasladárom os presos a esse cárcere os dias 11 e 12 de agosto de 1936, logo de padecer tentativas diversas de assalto polas multidons congregadas nas estaçons polas que circulavam, fôrom intercetados por milicianos anarquistas, que procedérom à execuçom de umha parte dos detidos.
A primeira expediçom, a de 11 de agosto, levava 322 presos escoltados, dos que once destacados terratenentes e figuras das forças reacionárias fôrom executados por milicianos anarquistas nas proximidades da estaçom madrilena do Mediodía, atualmente denominada Atocha.
O segundo trem levava 245 presos, dos que por volta de 193 fôrom executados no Poço do Tio Raimundo polas milícias da CNT-FAI, logo de apoderar-se do combóio perante a esmagadora superioridade numérica frente à escolta.
Logo de conhecer estes factos demitiu o governador civil de Jaén.
O relato franquista denomina estes episódios como os “trens da morte”, culpando às autoridades republicanas de Jaén, mas também as de Madrid, de serem corresponsáveis das mortes por nom terem defendido com meios suficientes os detidos.
Entre os mortos destacam José Cos Serrano, presidente da Federaçom Provincial de Lavradores de Jaén; deputados do bloco fascista; Carmelo Torres Romero, chefe local da Falange de Jaén, dous curas e duas monjas, assim como o bispo de Jaén, Manuel Basulto Jiménez[23] e familiares.
Inculpar Lino Tejada nestes factos carece do mais mínimo rigor, porém o fascismo nunca necessitou recurrir à verdade para legitimar os seus execráveis crimes.
O acontecido em Madrid com umha boa parte dos estamentos reacionários detidos em Jaén, é fruto do processo revolucionário em curso no verao de 1936, logo do inicial fracasso do golpe de Estado de 18 de julho de 1936.
Mas também responde à pugna entre restauraçom do Estado liberal republicano que defendiam as forças da Frente Popular, com o PCE à cabeça, e os setores mais avançados da classe operária que pretendiam aproveitar esta oportunidade histórica, transformando a luita contra o fascismo numha guerra de classes de orientaçom revolucionária[24].
Lino Tejada Rodríguez, penúltimo efémero Governador Civil do Alacant republicano
Lino Tejada Rodríguez, em plenos bombardeamentos do porto e bairros de Alacant[25] polos Savia S-79 “Sparviero” italianos, foi nomeado polo Governo de Juan Negrín, 27 de fevereiro de 1939, para ocupar a máxima responsabilidade política da província mediterránea, um dos últimos bastions da II República espanhola.
Por pressons do PCE, nas semanas prévias, em pleno confronto interno no seio do Estado republicano, tinha sido cessado como Governador Civil o também galego Ricardo Melha Serrano [filho do anarquista viguês Ricardo Melha], acusado de manter umha atitude “derrotista”, cargo que tinha assumido desde maio de 1938.
Mas Lino Tejada tam só ocupou durante menos de três semanas[26] a responsabilidade como Governador Civil interino “sem nomeamento”[27], pois foi cessado 17 de março de 1939 polas autoridades do Conselho Nacional de Defesa [CND], que o substituem por Manuel Rodríguez Martínez.
Ainda nom sabemos porque acedeu à máxima responsabilidade administrativa provincial num momento tam convulso e as razons da sua estadia em Alacant. Ricardo Melha tinha exercido de governador civil de Jaén de 24 de agosto de 1937 até maio de 1938, em que foi transferido para o mesmo posto em Alacant.
Desconhecemos se foi detido polos casadistas, ou simplesmente tivo que abandonar a máxima responsabilidade como representante do Governo da II República espanhola em Alacant.
Vítima do golpe de Estado anticomunista do coronel Casado
Na tarde do domingo 5 de março de 1939 tem lugar em Madrid o início de um golpe de estado[28] contra o governo de Negrín, promovido polas fraçons de Julián Besteiro e Indalecio Prieto do PSOE, pola CNT, e os partidos republicanos liberais pequeno-burgueses [Esquerda Republicana e Uniom Republicana], com apoio do “quintacolunismo” fascista, cada vez mais ativo e devastador.
A conspiraçom encabeçada polo coronel Segismundo Casado, chefe do Exército do Centro, pretendia assinar um acordo de rendiçom com o franquismo para “limitar as represálias e evitar alargar a guerra até o início da Segunda Guerra Mundial”.
O pánico tinha-se apoderado de parte da oficialidade e dirigência republicana após ter sido promulgada polo Governo fascista sediado em Burgos a “Lei de Responsabilidades Políticas” [9 de fevereiro], onde se condenava de forma retroativa todos aqueles e aquelas que tivessem apoiado ativamente a II República desde 1 de outubro de 1934, fosse civil ou militar, à margem da responsabilidade, cargo, hierarquia ou militância política.
A derrota do Exército Popular Republicano na decisiva batalha do Ebro [24 de julho-16 de novembro de 1938], visada para unir as zonas republicanas, que facilitou a posterior queda da Catalunha com a ocupaçom de Barcelona 26 de janeiro de 1939, reduzia exponencialmente as possibilidades de vitória sobre Franco.
Se a isto unimos a assinatura dos acordos de Munich [29 de setembro de 1938], onde as potências liberais e fascistas se comprometem “afastar” o conflito bélico a grande escala da Europa, mas onde tanto a Gram Bretanha e a França claudicam frente a Hitler e Mussolini, renunciando a “intervir” favoravelmente na guerra de classes do Estado espanhol, e permitindo a ocupaçom da Checoslováquia pola Alemanha nazi, as possibilidades de vencer o governo de Burgos eram cada vez mais inviáveis.
A saída das Brigadas Internacionais, decididas[29] pola Komitern após o verao de 1938, seguindo as directrizes do ineficaz Pacto de “nom intervençom” assinado em Londres em agosto de 1936 pola prática totalidade os estados europeus, também incidírom negativamente na moral.
Este adverso cenário facilita que o derrotismo se apodere da retaguarda republicana e que eclosione no seio do Exército Popular Republicano umha conjura anticomunIsta promovida por oficiais profissionais, que coincidem com o primário anticomunismo da CNT-FAI e dos partidos liberais republicanos.
Pretendiam assinar com Franco um acordo de paz “honorável” entre militares[30], em troques de lançar o PCE aos cavalos da repressom franquista[31]. Ingenuamente, guiados polo ridículo
esprit de corps, considerávam factível reeditar um novo “abraço de Vergara” que tinha selado o fim da “guerra carlista” [31 de agosto de 1839] com a incorporaçom dos seus oficiais no exército de Isabel II.
Um mês antes de que Segismundo Casado e o anarquista Cipriano Mera se levantassem contra o governo do doutor Negrín, já a França e a Gram Bretanha estavam fechando os preparativos do seu reconhecimento oficial do “único governo espanhol”, que se produz 27 de fevereiro.
A crise institucional provocada primeiro pola negativa do Presidente da II República, Manuel Azaña, de abandonar o seu exílio na França regressando à zona republicana, e posterior demissom em 28 de fevereiro, ficando vacante o posto perante as vacilaçons na substituiçom de Diego Martínez Barrio, presidente das Cortes, tal como estabelecia a constituiçom republicana, debilitou ao extremo o governo Negrín, que já só contava com o apoio do PCE e da fraçom negrinista do PSOE.
A estratégia de “resistir é vencer” era praticamente inviável de implementar, e os interesses geoestratégicos e de segurança da URSS[32] perante o avanço de Hitler, unido às cada vez maiores dificuldades logísticas para tansportar material bélico, tinham mermado a colaboraçom soviética.
Só restava ganhar tempo para organizar umha evacuaçom ordenada e garantir as necessidades básicas do exílio de dezenas de milhares de quadros políticos, militares, sindicais, de funcionários da administraçom do Estado republicano e das suas famílias, assinar um armistício para evitar posteriores repressálias fascistas, e no melhor das opçons tentar alargar o conflito até o iminente estalido da Segunda Guerra Mundial.
Mas sem capacidade de dissuasom militar nom era fatível negociaçom algumha, o que Negrín formulou como «A paz negociada sempre; a rendiçom sem condiçons para que fusilem meio milhom de espanhóis, isso nunca”.
A perda da frota republicana dia 7 de março, quem após desertar abandonando a base de Cartagena e fondear na baia tunesina de Bizerta, foi entregue polas autoridades coloniais francesas a Franco, foi um golpe demoledor para o governo Negrín, pois ficava completamente desarmado. A posterior rendiçom da aviaçom republicana que se produz 29 de março com a aterragem dos seus avions no aeródromo de Cuatro Vientos, nas redondeças de Madrid, sentençava à morte a II República espanhola.
O triunfo do golpe de Casado em Madrid, numha mini guerra civil[33] entre as forças negrinistas e antinegrinistas que provocárom centenares de mortes, facilita que o autodenominado Conselho Nacional de Defesa [CND][34] acelere as “negociaçons” com Franco.
Logo da derrota da tenaz resistência e fracassada a ofensiva das unidades militares sob hegemonia comunista em Madrid, 12 de março Casado pretendia deslocar-se a Burgos para “negociar os termos da paz partindo das denominadas “Concessons do Generalíssimo” que agentes franquistas lhe tinham entregue um mês antes.
Os termos do primeiro rascunho de capitulaçom do CND incluia negociaçons diretas com Franco. “Independência e integridade nacional”. Garantia de que nom se tomariam represálias e que todos os processos seriam instruídos por tribunais civis. Possibilidade de abandonar num prazo de 25 dias a zona republicana do Estado espanhol para todos aquelas que assim o desejassem. Garantias de respeitar a vida e a liberdade dos oficiais republicanos profissionais, que conservariam graduaçom no Exército. Garantia de que nom entrariam tropas estrangeiras após a rendiçom.
De aí o discurso radiado de Besteiro na noite de 18 de março onde afirma “que chegou o momento de que este Conselho Nacional de Defesa se dedique por completo à sua missom fundamental e, em consequência, dirige-se a esse Governo para fazer-lhe presente que estamos dispostos a levar a efecto negociaçons que nos assegurem umha paz honrosa e que ao mesmo tempo podam evitar estéreis efusons de sangue. Esperamos a sua decisom”.
Perante a negativa fascista a negociar unicamente os detalhes logísticos de como se ia produzir a entrega de Madrid e dos amplos territórios sob controlo republicano, o anarquismo advirte da “necessidade de continuar a guerra até ganhar a paz”, mas já era tarde para reforçar as teses negrinistas após terem participado ativamente no complot que derruvou o seu Governo.
Embora fosse por agentes completamente diferentes, a guerra de classes de 1936-1939 finalizava como se iniciou: mediante um golpe de estado anticomunista.
Mas a taxativa negativa de Franco a qualquer “negociaçom honorável”[35], a ingenuidade sobre a que se fundamentavam essas melhores condiçons que considerava Casado podia lograr de Franco frente o que considerava capitulaçom incondicional a que irremediavelmente estava condenado o governo Negrín, permite a entrega de Madrid ao exército fascista, dinamita a estratégia de resistência, e acelera o derrumbamento do que restava do cada vez mais precário Estado republicano, impossibilitando assim a prevista evacuaçom ordenada e repregamento da denominada “zona centro” até os portos do Mediterráneo, tal como se tinha feito na Catalunha.
A negativa de Casado à oferta de traspasso de poderes realizada por Negrín 6 de março impossibilitou contar com os fundos económicos no exterior do Estado republicano, fulcrais para fretar os barcos contratados e implementar o plano de evacuaçom.
O casadismo é responsável da captura de Lino Tejada Rodríguez, logo do seu cessamento como Governador Civil de Alacant, ao igual que Martín March [Esquerda Republicana] e Manuel Suárez Castro [PSOE] -Governador Civil e alcaide de Ourense respetivamente-, tinham sido responsáveis diretos da queda da província 20 de julho de 1936, após negarem-se a armar as organizaçons operárias e campesinhas para derrotar os planos golpistas. Deste jeito o timoratismo, a indecisom, as vacilaçons, os movimentos erráticos das mais importantes autoridades republicanas facilitárom que José Ceano Vivas [comandante do Batalhom de Infantaria do quartel de S. Francisco, e posteriormente carniceiro da brutal repressom contra Tui], e Luis Soto Rodríguez [comandante militar da província] submetessem Ourense com a forças dos fusis, após leitura do bando de guerra a última hora da manhá de 20 de julho.
A capitulaçom casadista, alicerçada no anticomunismo inerente à socialdemocracia, pouco interessado numha vitória republicana porque como afirmou Besteiro no Comité Executivo do PSOE realizado em Barcelona 15 de novembro de 1938, “se a guerra se ganhasse, Espanha seria comunista”, é responsável polo fusilamento de Lino Tejada porque impossibilitou implementar os planos de evacuaçom e posteriormente assegurar o seu mantimento no exílio, que levava tempo preparando o governo de Negrín.
Dificuldades de investigaçom historiográfica
Levamos meses tentando aceder ao processo [Leg. 168. PSU 21.816. nº 7.315] do Conselho de Guerra contra Lino Tejada Rodríguez, do que temos constância está depositado no Arquivo Histórico do Tribunal Militar Territorial Segundo de Sevilha. Porém, até o momento nom logramos que nos facilitem a documentaçom.
Lamentavelmente a imensa maioria da documentaçom que obtivemos no Arquivo Histórico Provincial de Jaén, onde está depositado o Expediente Penitenciário e o Expediente de Responsabilidades Políticas, som exortos e providências[36].
Seguimos em contato com a Associaçom para a Recuperaçom da Memoria Histórica de Jaén e com a Comissom da Memória de Alacant para aceder a toda a informaçom possível que nos permita reconstruir os últimos anos da sua vida.
No momento em que tenhamos e podamos estudar esta documentaçom, lograremos avançar significativamente na reconstruçom biográfica de Lino Tejada.
Incógnitas e hipóteses
Todo indica que a proximidade política, ou mesmo possível militância, de Lino Tejada Rodríguez no PCE, tinha sido determinante para inicialmente ter sido nomeado Governador Civil de Alacant, e posteriormente para o seu fulminante cessamento polos casadistas.
Porém, todo som incógnitas e hipóteses para podermos reconstruir com rigor que acontece entre 6 ou 17 de março [prováveis datas do seu cessamento como Governador] e a tarde de 30 de março, quando as tropas italianas da Divisom Littorio, comandadas polo general Gastone Gambarra, tomam o porto e os pontos estratégicos da cidade, que já estavam parcialmente sob controlo do quintacolunismo falangista.
Sabemos que após a vitória do golpe casadista tivo lugar umha caça dos comunistas, e mesmo algumhas execuçons, porém a maioria dos detidos fôrom libertados perante a queda do frente e conquista do território polo exército fascista.
Mas existem umha série de perguntas que cumpre responder quando a investigaçom avance.
Porqué 28 de março nom subiu com a sua família ao navio “Stanbrook”[37], um carvoeiro británico com capacidade para 24 tripulantes que logrou evacuar quatro dias antes do final da guerra 2.638 pessoas, entre os projetis do “Canárias” e as bombas da aviaçom nazi, até chegar ao porto argelino de Mazalquivir, próximo de Oram?
Porqué Lino Tejada Rodríguez nessa mesma tarde de 28 de março de 1939, nom estava entre os 32 dirigentes e autoridades republicanas, vinculadas com o PSOE, que embarcárom no “Maritime”, o último navio que logra sair do porto de Alacant antes da ser tomado pola divisom italiana Littorio?
Porqué a início de março nom se refúgia na “Posiçom Yuste”, nome em chave da finca El Poblet, situada em Petrer, próxima ao aeródromo de El Fondó de Monóvar, sede da presidência do governo, onde estavam concentrados os máximos responsáveis políticos e militares do último governo legítimo do Estado republicano, lugar que teria que ter visitado para receber instruçons diretas?
Tivo acesso à “Posiçom Dakar”, nome em chave do enclave de um conjunto de casas de verao próximo a Elda, onde estava concentrada a direçom e aparelho político do PCE, entre eles Dolores Ibárruri, Henrique Líster e Rafael Alberti, para conhecer de primeira mao a gravidade dos sucessos em curso?
Lino Tejada foi capturado polas tropas da Divisom blindada Littorio comandada polo general Gastone Gambarra, após a tomada do porto de Alacant polas Corpo di Truppe Volontarie [CTV]?
Foi confinado no campo de concentraçom da Goteta, à beira da serra Grossa, a quem Max Aub chamou “campo dos Almendros”[38]?
Ou foi encerrado na praça de touros de Alacant, na prisom, ou no castelo de Santa Bárbara, ou nalgum dos seus cinemas, quartéis ou no campo de concentraçom de Albatera?
Mais alá de conjeturas e especulaçons razoáveis, até o momento nom temos informaçom contrastada que nos permita responder com rigor a estas incógnitas.
Nom sabemos ainda como foi capturado, nem o tratamento que padeceu polos fascistas, a que tipo de vejaçons e torturas foi submetido, nem exatamente que lhe aconteceu até 20 de setembro de 1940 quando foi fusilado.
Temos constância que logo de ter sido detido, ainda nom sabemos onde, foi conduzido a Jaén[39], onde foi encarcerado e submetido a um processo que culminou com o fusilamento.
Ingressou na prisom provincial de Jaén 16 de julho de 1939, onde estivo confinado até o dia do seu fusilamento, 20 de setembro de 1940. Por meio do Livro de registo prisional[40] sabemos que para praticar diligências saiu do centro penitenciário 25 de setmbro de 1939 para “averiguación de hechos delictivos”, e que estivo incomunicado quatro dias -entre 25 e 29 de setembro-, “para evitar confabulaciones”.
Voltou a sair para realizar diligências 16 de outubro, e 12 de fevereiro de 1940 foi submetido a conselho de guerra no julgado militar nº 3, pola Auditoria de Guerra do “Exército do Sul”, mediante procedimento sumaríssimo de urgência número 21816, acusado de “rebeliom”[41]. Antes do sua execuçom voltou a sair da prisom 26 de março para novas diligências.
Lino Tejada foi fusilado 20 de setembro acompanhado de outros quatro antifascistas, um guarda de asalto e três camponeses[42].
Os cinco condenados estivérom juntos durante toda a noite, custodiados por três carcereiros dos que conhecemos o seu nome: Ricardo Ratia Sedano, Prudencio de la Casa de Dios e Carlos Campos Tuñón.
A “Certificaçom literal da ata de Defunçom”, possivelmente polas dificuldades da caligrafia original está pragada de erros e omisons[43], confirma que contava com 39 anos, e que deixava orfos três filhos.
“Don José María García Segovia Juez municipal de Jaén, provincia de Jaén y encargado de su Registro Civil CERTIFICO: Que el acta al margen reseñada, literalmente dice así:
En Jaén, provincia de Jaén, a las — y minuto del día veinte de Septiembre de mil novecientos cuarenta; ante D. Rafael Vadill Vilches, juez municipal y D. Amador Gómez Leyva Secretario, se procede a inscribir la defunción de D. Lino Tejada Rodríguez, nacido en Nuiños [Sic], provincia de Orense, el día – de treinta y nueve años, hijo de don Gabriel [Sic] y de Dª Segunda, domiciliado en Jaén de número, piso, de profesión Agente de Policía y de estado casado con María Cristina Rodríguez Conde, con tres hijos, falleció en Jaén, el día de hoy a las [Sic] y minutos, a consecuencia de, según resulta de la comunicación recibida y reconocimiento practicado y su cadáver habrá de recibir sepultura en el Cementerio de Jaén.- Esta inscripción se practica en virtud de comunicación recibida de la Auditoría de Guerra de Jaén, consignándose además, habiéndola presentado como testigos D. Antonio Sanchez y D. Benito Hernández, mayores de edad y vecinos de Jaén.- Leída esta acta, se sella con el del Juzgado y la firman el señor Juez, los testigos, de que certifico.- Rafael Vadillos Antonio Sanchez,- Benito Hernandez. Rubricados Está en tinta el sello del Juzgado.
Lo inserto anteriormente concuerda con su original a que me remito.
Y para que conste a petición de parte interesada, expido la presente en Jaén, a 23 de Junio de 1953”.
Sem lugar a dúvidas fôrom 15 meses de calvário polo único delito de ser coerente com a defesa dos interesses do povo trabalhador e empobrecido, e com as liberdades individuais e coletivas.
Por informaçom fornecida inicialmente pola Associaçom para a Recuperaçom da Memória Histórica de Jaén, e posteriormente confirmada por Luis Miguel Sánchez Tostado, os seus restos estám numha das valas comuns do cemitério de San Eufrasio de Jaén. O seu nome está na lista do monumento[44] de homenagem às 1.275 vítimas do franquismo na cidade andaluza, inaugurado 1 de novembro de 2007.
Voltar à sua terra, o Val do Límia, e homenagem
Dependerá dos seus familiares diretos, do seu filho Lino Miguel, e dos seus netos, que os restos de Lino Tejada podam ser exumados e posteriormente transladados à sua terra, sendo depositados no cemitério de Sam Pedro de Moinhos à beira da sua mae e do seu pai.
É imprecindível que mais cedo que tarde seja homenageado polo seu povo e um monumento se levante na sua honra nas terras que o virom nascer e crescer.
Agradecimentos
Agradecemos a importante e valiosíssima colaboraçom do seu neto, Adolfo Tejada Vázquez, no acesso a informaçom de umha das figuras mais desconhecidas da comarca, em facilitar-nos a primeira fotografia com a que ilustramos este texto, fundamental para identiicar posteriormente o Lino nas fotografias dos arquivos familiares que também reproduzimos neste número do Lethes.
Igualmente agradecemos a colaboraçom de Íria Moreiras, Javier Álvarez Osuna, José Dias Cadaveira, Carlos Rios, Daniel Tejada, Ricardo Tejada, Luis Miguel Sánchez Tostado, Juan del Arco Moya, Francisco Moreno Sáez, e ao velho amigo e diretor da revista Lethes, Xosé Badás Fernández, pola oportunidade brindada para poder divulgar a figura de Lino Tejada.
Galiza, 21 de novembro de 2018
101 aniversário da Revoluçom bolchevique
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[1] Na do meu avô materno Manuel Álvarez Pena, e na da minha avó materna Rosa Tejada Rodríguez, onde viviam José, Olímpia, Luz e Sara Tejada Rodríguez.
[2] Moinhos, 27 de junho de 1867 – Mugueimes, 6 de maio de 1939.
[3] Quinta de Sam Martinho [Lóvios], 19 de abril de 1874 – Mugueimes [Moinhos], 21 de dezembro de 1959.
[4] A Casa Tejada é originária de La Rioja, e polo processo de expansom cristiá na Península Ibérica contra a presença árabe, umha rama instalou-se na Idade Média no sul da Gallaecia central. O paço de Moinhos conserva na fachada do seu pátio central umha inscriçom do século XVI, concretamente de 1590.
[5] Rosa Tejada Rodríguez, irmá de Lino, em julho de 1991, referendo-se ao seu pai afirma “Era gente rica!, tinha o seu cavalo, os seus cas para ir de caça, e marchar, o seu pai era milhonário. (…) porque esse tem tantas casas reales! Hai Bargês, hai Calvos de Randim, havia Santa Comba, hai Lobeira, hai Grou …”.
CARLOS MORAIS, “Entrevista biográfica a Rosa Tejada Rodríguez”, Vigo, Gráfica Pigma, Caderno monográfico nº 1, Comité pola Memória Histórica do Val do Límia, 2018.
[6] KARL MARX e FRIEDRICH ENGELS, “A ideologia alemá Teses sobre Feuerbach”, 1867.
[7] Manuel Álvarez Pena “(…) antes del Glorioso Movimiento Nacional era destacado dirigente del partido comunista, cuya influencia se extendía al partido de Bande, obteniendo resultados positivos en sus propagandas comunistas, no sólo en el ayuntamiento de Muiños sino en todos los puntos donde actuaba; en la construcción de la carretera de Mugueimes a Porqueirós (Muiños) los que querían ganarse el jornal en los trabajos de la misma tenían necesariamente que adquirir el Carnet de Comunista que él le facilitaba para saber el personal con el que contaba e ir remitiendo relaciones [sic] de los mismos a la representación del partido en Orense con el que servía de enlace; el rumor público lo señalaba como agente asalariado de Rusia; (…)”. Informe manuscrito elaborado polo cabo comandante do posto da Guarda Civil de Lobeira, Cristóbal del Río García, datado 12 de julho de 1939, e que forma parte das diligências prévias nº 1.180/39 do Julgado Militar Eventual da Corunha.
[8] VÍCTOR MANUEL SANTIDRIÁN ARIAS, “Historia do PCE en Galicia (1920-1926)”, Sada, Ediciós do Castro, 2002.
[9] JULIO PRADA RODRÍGUEZ, “As lapas da revolución O Outubro vermelho em Ourense”, Ourense, Obradoiro de Historia de Galicia, 2004.
[10] CARLOS MORAIS, “Entrevista biográfica a Rosa Tejada Rodríguez”, Vigo, Gráfica Pigma, Caderno monográfico nº 1 do Comité pola Memória Histórica do Val do Límia, 2018.
[11] A sessom do Pleno municipal do Concelho de Moinhos de 13 de abril de 1936, acordou nomear três espaços públicos da aldeia de Mugueimes.
A corporaçom municipal presidida polo alcaide Demétrio Seoane -como homenagem ao quinto aniversário da proclamaçom da II República espanhola-, aprovou a seguinte resoluçom, tal como consta no livro de atas conservado no arquivo do Concelho de Moinhos: “… se acordó como homenaje a ciudadanos ilustres dedicar la calle que empieza en el cruce de la carretera de los caminos vecinales del pueblo de Mugueimes a la que se le da el nombre de “Calle de Aida de la Fuente”; a la plaza sita en el barrio de los Bullos el nombre de “Plaza de Luis Sirval” y en el sitio denominado Campo de Mugueimes la de la “Plaza del 16 de Febrero”.
Mugueimes: nomes de ruas republicanas, de ruas fascistas e de ruas postfranquistas
[12] Informaçom fornecida por Marisa Osuna Tejada a Javier Álvarez Osuna, 21 de novembro de 2018.
[13] Adolfo Javier Tejada Rodíguez, José Carlos Tejada Rodríguez e Lino Miguel Tejada Rodríguez [Jaén, 13 de julho de 1938].
[14] Refere-se a Angelita Varela Santamaría, quarta Marquesa da Atalaya Bermeja, condesa del Valle Suchil e senhora de Temes. Destacada representante da oligarquia ourensana, colaborou ativamente com o golpe fascista de 1936 e foi quem ofertou recompensa a quem capturasse vivo ou morto Benigno Álvarez, o veterinário de Maceda, máximo dirigente do PCE na província de Ourense.
[15] Tal como nos informou, numha conversaçom mantida 5 de abril de 2018 em Ourense, um dos seus netos -Adolfo Tejada Conde-, foi nomeado comissário-chefe logo da sublevaçom fascista perante a deserçom da máxima autoridade policial provincial.
[16] “Los últimos días de agosto de 1936 crean en torno al Santuario una situación ambigua y confusa, que las autoridades provinciales se consideran en la obligación de aclarar. Es entonces, cuando el gobernador civil de la provincia de Jaén, don Manuel Martín Galeano, designa a Lino Tejada Rodríguez delegado especial para conocer de la exactitud de rumores circulados sobre posibles actitudes subversivas de las fuerzas de la extinguida Guardia Civil, concentradas en los sitios del término municipal de Andújar conocidos por la Virgen de la Cabeza y Lugar Nuevo…”.
MANUEL LÓPEZ PÉREZ, “Nuevas luces para el estudio del asedio al santuario de la Cabeza. Notas y acotaciones a un documento olvidado”, Boletim nº 151 do Instituto de Estudios Giennenses, 1994.
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-A historiografia franquista é mui despectiva com a sua figura. JULIO DE URRUTIA ECHANIZ, “El cierro de los héroes. Historia de la defensa del Santuario de la Cabeza por la Guardia Civil”, Madrid, Editorial SEI, 1965, afirma “ese mismo día 16 [setembro] había comenzado el “bombardeo” de proclamas, según indiqué anteriormente, y como alternativa de los bombardeos de verdad. Las arrojadas en tal fecha no pueden ser más curiosas. Comprendían tres textos distintos e iban firmadas, las dos primeras, por un tal Diego Flores, “Subsecretario habilitado”, y por Lino Tejada, “delegado gubernativo”, respectivamente; y la última, conjuntamente, además, de por ambos personajillos, por el “Jefe de las fuerzas de operaciones”, y por el alcaldillo andujareño”. [página 122].
[17] Algumhas das 7 proclamas fôrom reproduzidas no número 3 da revista Cuadernos de História, publicada em Andújar em setembro de 1986. Editadas na “Tipografia La Purísima”, de M. Blanco, em Andújar, cujo pé de imprensa inicial foi modificado polas suas conotaçons católicas por “Imprenta La Puritana”.
[18] Segundo aponta ANTONIO EXTREMA OLIVÁN em “El asedio al Santuario de la virgen de La Cabeza y la desaparición de su imagen”, Boletín del Instituto de Estudios Giennenses nº 202, Jaén, 2010, o comandante da guarda civil Eduardo Nofuentes Montoro dirigiu 12 de setembro umha carta ao delegado governativo na que lhe afirmava “Tengo demasiados años y categoría para aceptar consejos de usted que para mí nada representa, omitiendo por tanto toda explicación”.
[19] No citado livro de JULIO DE URRUTIA ECHANIZ é reproduzido o texto de um dos panfletos lançados sobre o santuário. “[…] el 22 de septiembre, desconocedores los rojos de la verdadera situación del Santuario, arrojaron sobre él otra nueva proclama impresa con el siguiente ultimátum, firmado por el mismo delegado gubernativo, Lino Tejada: “A los residentes de la Virgen de la Cabeza –decía-. Habéis visto que la acción de los aviones se ha limitado al bombardeo de las avanzadillas. Si en el término de dos horas no os presentáis a las autoridades legítimas de la República serán derruídos los edificios hasta reducirlos a cenizas. ¡Elegid!”.
[20] Por decreto de 29 de agosto de 1936, a Guarda Civil na zona republicana muda de nome, passando a denominar-se Guarda Nacional Republicana. Com esta reorganizaçom o Governo republicano pretendia evitar deserçons nos contingentes da benemérita que nom se tinham somado à rebelión fascista. A GNR foi efémera, estando comandada polo general José Sanjurjo y Rodríguez de Arias até a sua integraçom definitiva em outubro de 1937, no novo Corpo de Segurança Interior.
[21] “… los bombardeos que mandó realizar Lino Tejada entre los días 16 y 24 de septiembre con el lanzamiento de más de 400 bombas, utilizando para ello aviones procedentes de los aeródromos de Baeza, y sobre todo, de Andújar”. ANTONIO EXTREMA OLIVÁN, “El asedio al Santuario de la virgen de La Cabeza y la desaparición de su imagen”, Boletín del Instituto de Estudios Giennenses nº 202, Jaén, 2010.
[22] Em 1949 foi rodado o filme propagandístico “El Santuario no se rinde”, dirigida por Arturo Ruiz Castillo. Som milhares as páginas do que o franquismo tentou transformar numha heroica epopeia contra a barbárie vermelha.
[23] Este representante dos poderes mais obscurantistas tinha sido bispo de Lugo entre janeiro de 1910 e dezembro de 1919. 21 de junho de 2010 a denominada “Congregaçom para as Causas dos Santos” aprovou o caráter martirial da sua morte, sendo beatificado 13 de outubro de 2013 polo Papa Francisco.
[24] ANTONIO RUBIRA LEÓN, “1931-1936. República y Revolución. El movimiento obrero y sus partidos. Teoria política aplicada”, Barcelona, Laertes, 2017.
PAUL PRESTON, “El final de la guerra. La última puñalada a la república”, Barcelona, Debate, 2014.
[25] MANUEL MARTÍNEZ LÓPEZ, “La experiencia republicana y la guerra civil en Alicante”, Alacant, Editorial Club Universitario, 2007.
[26] RAFAEL FLAQUER MONTEQUI, “La opinión pública alicantina durante la Guerra Civil (1936-1939)”, Madrid, Ediciones de la Universidad Autónoma de Madrid, 1994.
Este autor, contrariamente ao que se despreende do trabalho de Joan Serrallonga, afirma que Ricardo Melha “que permanece en el puesto hasta el 27 de febrero de 1939 en que, tras la interinidad de una semana cubierta por Lino Tejada, le sucede el también socialista ilicitano Manuel Rodríguez Martínez desde el 6 de marzo del mismo año”.
- VICENTE RAMOS, “La guerra civil (1936-1939) en la provincia de Alicante”, Alacant, Biblioteca Alicantina, 1973, considera que a interinidade na Governo Civil também foi só de umha semana.
Na página 150 este autor afirma “En el Gobierno Civil, tras el cese -27 de febrero- de Ricardo Mella Serrano y la interinidad de Lino Tejada Rodríguez, se posesionó del mismo -6 de marzo- el socialista ilicitano Manuel Rodríguez…”.
[27]JOAN SERRALLONGA I URQUIDI, “El aparato provincial durante la segunda República. Los Gobernadores Civiles, 1931-1939”, Madrid, Hispania Nova nº 7. Revista de Historia Contemporánea, 2007.
[28] ÁNGEL VIÑAS e FERNANDO HERNÁNDEZ SÁNCHEZ, “El desplome de la República”, Barcelona, Editorial Rústica, 2010.
[29] “El 29 fue reunido el Secretariado y el 29 de agosto Dimitrov cursó la carta a Stalin y a Vorochilov notificando la liquidación [sic] de las Brigadas Internacionales”. ANTONIO ELORZA e MARTA BIZCARRONDO, “Queridos camaradas. La Internacional Comunista y España 1919-1939”, Barcelona, Planeta, 1999.
[30] “… idea ingenua y bastante arrogante de que Franco se dejaría convencer por una vaga retórica de patriotismo compartido y espíritu fraternal de la gran familia militar”. PAUL PRESTON, “El final de la guerra. La última puñalada a la república”, Barcelona, Debate, 2014.
[31] A início de 1939 a “quinta coluna” tinha feito chegar a Casado as denominadas “concesons” de Franco para “estimular” a rendiçom da República, nos seguintes termos:
“…Para los jefes y oficiales que depongan voluntariamente las armas, sin ser culpables de la muerte de sus compañeros, ni responsables de otros crímenes, aparte de la gracia de la vida, la benevolencia será tanto mayor cuanto más significados y eficientes sean los servicios que en estos últimos momentos prestan a la causa de España o haya sido menor su intervención y malicia en la guerra. Los que rinda las armas evitando sacrificios estériles y no sean reos de asesinatos y otros crímenes graves podrán obtener un salvoconducto que les pongan fuera de nuestro territorio, gozando entre tanto de plena seguridad personal … Ni el mero servicio en el campo rojo, ni el haber militado simplemente como afiliado en campos políticos extraños al Movimiento Nacional serán motivos de responsabilidad criminal.”
Porém, nom era mais que um engano para facilitar o quebrantamento da resistência. Assim, em fevereiro os agentes franquistas entregam umha nova comunicaçom: “Tenéis la guerra totalmente perdida. Es criminal toda prolongación de la resistencia. La España Nacional exige la rendición incondicional del ejército rojo”.
Após a saída para o exílio de Negrín e dos seus ministros, 6 de março desde o aeródromo de Monóvar, assim como do Buró Político e destacadas figuras do PCE nas jornadas seguintes, e logo de dobregar a resistência das unidades militares do EPR comandas por comunistas, os representantes que o CND envia a Burgos para negociar só obtenhem como resposta a rendiçom incondicional.
-26 de março Franco lança a ofensiva final frente a desbandada de um EPR desvertebrado e um Estado Republicano caminho do exílio.
-30 de março o coronel Casado e a maioria do CND abandonava o Estado espanhol polo porto de Gandía no buque da armada británica HMS Galatea. A Royal Navy tinha pactuado a autorizaçom e proteçom dos vencedores. Deste jeito Franco “recompensou” o golpe anticomunista que facilitou e acelerou a derrota da II República.
[32] Em 23 de agosto de 1939 é assinado em Moscovo o pacto Molotov-Ribbentrop entre a URSS e Alemanha, oficialmente Tratado de Nom Agressom entre a Alemanha e a Uniom das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Os ministros de Assuntos Exteriores Joachim von Ribbentrop e Vyacheslav Molotov, garantem a nom beligerância mútua e um protocolo de anexom de territórios. Posteriormente foi assinado o Acordo Comercial Germano-Soviético em fevereiro de 1940.
Os termos do acordo estabeleciam esferas de influência entre ambas potências, posteriormente confirmadas polo protocolo suplementar do Tratado da Fronteira Germano–Soviético, alterado depois da invasom conjunta da Polónia. O pacto estivo em vigor durante dous anos, até que a Alemanha ataca as posiçons soviéticas na Polónia Oriental durante a Operaçom Barbarossa em 22 de junho de 1941.
[33] A historiografía mantém divergências substanciais nas cifras de mortes. JULIÁN CASANOVA fala de perto de 2.000 combatentes de ambos lados em “República y Guerra Civil”, volume 8 da “Historia de España” dirigida por Josep Fontana e Ramón Villares, Barcelona, Crítica, 2007.
ÁNGEL BAHAMONDE MAGRO e JAVIER CERVERA GIL afirmam que fôrom 20.000! em ”Así terminó la Guerra de España”, Madrid, Marcial Pons, 1999.
Porém, MANUEL AGUILERA POVEDANO em “Compañeros y camaradas. Las luchas entre antifascistas en la Guerra Civil Española”, Madrid, 2012, reduz significativamente o resultado dos confrontos a 243 mortes.
[34] 6 de março de 1939 ficou constituído o Conselho Nacional de Defesa presidido polo general José Miaja [ex-PCE], embora os homens forte eram o coronel Segismundo Casado ao cargo da Conselharia de Defesa, e Julián Besteiro [PSOE] na de Estado. A Secretaria estava em maos de J. Sánchez Requena [Partido Sindicalista]. O resto das Conselharias estivérom ocupadas por Miguel San Andrés em Justiça e Propaganda [Izquierda Republicana], José del Río em Educaçom e Sanidade [Uniom Republicana], Wenceslao Carrillo em Governaçom [PSOE], Antonio Pérez García em Trabalho [UGT], e os anarquistas da CNT Eduardo Val em Comunicaçons e Obras Públicas, e Manuel González Marín em Economia e Fazenda.
[35] Numha entrevista concedida 7 de novembro a James Miller, vicepresidente de United Press, Franco tinha manifestado que “Nom haverá mediaçom. Nom haverá mediaçom porque os delinquentes e as suas vítimas nom podem viver juntas … Temos no nosso arquivo mais de dous milhons de nomes catalogados com as provas dos seus crimes”.
[36] Após estudarmos os documentos recebidos, 25 de outubro de 2018 transmitimos a nossa perplexidade e contrariedade ao diretor do Arquivo Histórico Provincial de Jaén. Mediante correio eletrónico comunicamos que “Recebim 22 arquivos da documentaçom solicitada de Lino Tejada Rodríguez. Os arquivos encaminhados som na sua imensa maioria exortos e providências do processo penitenciário.
Nom está depositado no seu Arquivo o expediente de responsabilidades políticas [acusaçom, documentaçom acreditativa da mesma, informes, testemunhas, declaraçons do acusado, o conjunto das diligências, sentença, etc] contra Lino Tejada Rodríguez?
Na sua resposta a minha solicitude, tinha entendido que no AHPJ estava o expediente processal e penitenciário, assim como o de responsabilidades políticas de Lino Tejada Rodríguez”.
Dias depois, Juan del Arco Moya, mui amavelmente manifestou por e-mail, datado 2 de novembro, que
“revisamos a documentaçom enviada e corresponde com o que se conserva neste Arquivo Histórico Provincial. Se observa as imagens cuja referência é 39478 correspondem ao Expediente de
Responsabilidades Políticas. Estes expedientes chegárom de forma mui fragmentada ao Arquivo, e alguns em péssimo estado de conservaçom e de organizaçom, tendo inclusive que recompó-los. No caso de Lino Tejada, só se tem conservado a fase inicial do Tribunal de Granada sem que tenhamos constância de mais documentaçom (em outros dos que se conserva a transferência a Jaén, adoitam incluir testemunho da sentença do procedimento sumaríssimo).
[37] Tal como sinala PAUL PRESTON “… las últimas naves en partir, organizadas por la Federación Provincial Socialista de Alicante, fueron los barcos de vapor Stanbrook, Maritime, Ronwyn y African Trader. Llevaron a 5.146 pasajeros. De hecho, según el jefe del SIM, el era una de las embarcaciones pertenecientes a la compañía Mid-Atlantic que Negrín había comprado para la República. Otro era el Winnipeg, que podría haber llevado hasta 6.000 refugiados, pero un buque de guerra franquista le impidió entrar en el puerto. El mayor número de huidos viajaba en el Stanbrook, cuyo capitán, Archibald Dickson, permitió que los evacuados ocuparan hasta el último centrímetro cuadrado. Por el contrario, el capitán del Maritime se negó a que enbarcaran más de 32 políticos importantes. Muchas naves de menor calado, entre ellas pesqueros y barcos de recreo, emprendieron el peligroso viaje hasta Argelia. El Stanbrook, el último en zarpar de Alicante, transportaba precariamente a 2.638 refugiados. Los pasajeros abarrotaban la cubierta y las bodegas, y la línea de flotación e hallaba muy por debajo de la superficie. El barco fue atacado por aviones franquistas, pero milagrosamente, el capitán Dickson logró maniobrar por el bloqueo franquista sin iluminación alguna y el Stanbrook arribó a la ciudad argelina de Orán. […]
Durante los días posteriores, a los que habían llegado demasiado tarde se unieron miles de refugiados procedentes del territorio republicano restante. Desesperados, muchos se suicidaron, algunos arrojándose al agua, otros pegándose un tiro y otros degollándose. Laurin Zilliacus, testigo ocular de los hechos, describió: “Cuando por fin aparecieron un buque de guerra de Franco, y después como si fuera una broma, nuestros barcos desamparados, más de cien refugiados se suicidaron ahogándose o cortándose las venas con el borde de latas abiertas”. Edmundo Domínguez cifraba el número de suicidios en cuarenta y cinco y el comandante italiano, el general Gastone Gambara, en sesenta y ocho”.
[38] Na sus novela Campo de los Almendros, escrita segundo manifestou utilizando a testemunha de um amigo internado no campo prisional, o historiador Manuel Tuñon de Lara, descreve-o assim: “Este é o lugar da tragêdia: frente ao mar, baixo o céu, na terra. Este é o porto de Alacant, 30 de março de 1939.As tragêdias sempre sucedem nun lugar determinado, numha dataa precisa, a umha hora que nom admite atraso”.
[39] Expediente de Responsabilidades Políticas número 4.720, incoado polo Tribunal Regional de Responsabilidades Políticas de Granada, depositado no Arquivo Histórico Provincial de Jaén.
[40] A “hoja histórica procesal” fornece diversa informaçom sobre Lino. Nesta ficha aparece como vizinho de Alacant, como profissom “agente de vigilância”. Nom constam antecedentes penais. Domiciliado em Vista Hermosa. De cabelo loiro com barba povoada e 1.690 metros de altura.
[41] ·A “Lei de Responsabilidades Políticas” [LRP] é umha aberraçom jurídica fascista, incompatível com a legislaçom de umha democracia parlamentar burguesa, pois violava o princípio jurídico de nom retroatividade. É umha lei claramente repressiva, visada a esmagar e aniquilar a quem nom tivesse apoiado o levantamento fascista.
A LRP considerava puníveis de delito todos aqueles factos que tenhem lugar a partir de 1 de outubro de 1934, data de início da insurreiçom operária contra o governo reacionário “radical-cedista” de Alejandro Lerroux, e de todas aquelas mulheres e homens que tivessem participado no apoio à Frente Popular e nom aderido ao golpe de estado de 18 de julho de 1936.
- Ramón Serrano Suñer, cunhadíssimo de Carmen Polo, a mulher de Franco, e ministro de Negócios Estrangeiros [1940-1942], denominou-na “justiça ao invês”, qualificando-a como “sistema insólito en la historia de las convulsiones político-sociales”.
RAMÓN SERRANO SUÑER, “Entre el silencio y la propaganda, la Historia como fue. Memorias”, Barcelona, Planeta, 1977.
- O preámbulo da LRP afirmava “Próxima la total liberación de España, el Gobierno, consciente de los deberes que le incumben respecto de la reconstrucción espiritual y material de nuestra Patria, considera llegado el momento de dictar una Ley de Responsabilidades Políticas, que sirva para liquidar las culpas de este orden contraídas por quienes contribuyeron con actos u omisiones graves a forjar la subversión roja, a mantenerla viva durante más de dos años y a entorpecer el triunfo, providencial e históricamente ineludible, del Movimiento Nacional, que traduzca en efectividades prácticas las responsabilidades civiles de las personas culpables y que, por último, permita que los españoles que en apretado haz han salvado a nuestro país y nuestra civilización y aquellos otros que borren sus yerros pasados mediante el cumplimiento de sanciones justas y la firme voluntad de no volver a extraviarse, puedan vivir juntos dentro de una España grande”.
Foi promulgada 9 de fevereiro de 1939 e publicada no Boletim Oficial do Estado franquista 13 de fevereiro. https://www.boe.es/datos/pdfs/BOE/1939/044/A00824-00847.pdf
- Posteriormente foi promulgada a “Ley de 1 de marzo de 1940 sobre represión de la masonería y el comunismo”. https://www.boe.es/datos/pdfs/BOE/1940/062/A01537-01539.pdf
[42]– Juan García García, natural e vizinho de Jaén, de 33 anos, filho de Juan e Rosa, solteiro.
-Esteban Cintas Caldón, natural de Sorihuela de Guadalimar, de 38 anos, jornaleiro, filho de Esteban e Catalina, casado con Fuensanta Bermejo Aibar, pai de dous filhos.
-Manuel Cobos Pulpillo, natural e vizinho de Sabiote, de 38 anos, camponês, filho de Lucas e Filomena, casado com María Antonia Marín López, pai de três filhos.
-José Tito Calet, natural de Begíjar e vizinho de Jimena, de 34 anos, camponês, filho de José e Maria, casado con Isabel Medina Vilchez, pai de dous filhos.
Informaçom extraída da incompleta documentaçom do Expediente de Responsabilidades Políticas número 4.720, incoado polo Tribunal Regional de Responsabilidades Políticas de Granada, depositado no Arquivo Histórico Provincial de Jaén.
[43]Documento fornecido polo seu neto Adolfo Tejada, Ourense, 20 de maio de 2018.
[44] https://www.memoriahistoricajaen.org/single-post/2014/11/01/Monumento-a-las-víctimas-de-la-dictadura-en-Jaén