Val do Límia honrou e dignificou as vítimas do fascismo que teimam ocultar

Eram as 17.30 da tarde do inesquecível sábado 14 de setembro, quando dava início a homenagem às vitimas do fascismo no Val do Límia.
Após soar o Hino do Antigo Reino da Galiza, Davide Perez abre o ato com o discurso de bem-vindas, em representaçom do Comité pola Memória Histórica do Val do Límia.
Centenares de pessoas ateigam a curva de Fontaboa.
O grupo de pandereiteiras “As da chispa e amigos” amenizam o ambiente com peças da melhor música tradicional galega, dando passo à atuaçom de Carmen Penim e Maurizio Polsinelli.
Familiares de antifascistas executados intervenhem emocionados, fazendo justiça aos seus seres queridos, companheiros e camaradas de todo o povo antifascista que lhes rende tributo, entre um silêncio só quebrado polas lágrimas.
Intervem Javier Álvarez Osuna em representaçom das vítimas do fascismo das famílias Tejada e Álvarez Pena; Xavier Perdiz le umha comunicaçom da família Rodríguez Valencia, representada por José Benito, Manuel e Pili, quem lembra ao seu avó Benito Valencia Bouza; Marisol, acompanhada pola sua mae e umha tia recorda a Jenaro Alonso Santos, assassinado 30 de julho de 1936 neste mesmo lugar.
Previamente foi lida a carta da família de Eloy Tejada Saénz, mestre em Ranhadoiro, executado no verao de 1936 na sua Rioja natal.
A música reivindicativa de Xosé Constenla injeta energia e emoçom, enquanto segue chegando mais povo para homenagear aos heróis que o franquismo e o postfranquismo condenou ao ostracismo e à amnésia.
Lisardo Domínguez, como presidente da associaçom vizinhal de Nigueiroá, manifesta a sua alegria por umha homenagem que levava décadas sendo demandada em silêncio e temor polos mais velhos do lugar.
As poetas Elvira Ribeiro e Rochi Nóvoa recitam belos versos em prol da memória, a luita e a vida.
O Davide de Bande da leitura com solenidade aos nomes de cada um dos 25 executados dos que temos constância documental. Como salva de homenagem o estoupido de um foguete por cada um, honra aos nossos.
A continuaçom tem lugar o discurso de Carlos Morais, quem alerta sobre a ameaça fascista que percorre meia Europa.
Chega o grande momento, é inaugurado o imponente monólito da autoria do Diego Currás. Familiares das vítimas desvelam o menir de 7 toneladas que estava cuberto por terciopelo vermelho, depositando umha coroa de loureiros com umha fita azul e branca com a legenda “Honra e glória”. Som lançados polos presentes dúzias de caraveis vermelhos.
Após o canto solene do Hino nacional da Galiza, tem lugar o recital poético de Claudio Rodríguez Fer e Carmen Blanco. A luita continua!
O torrente de voz do Mini inunda o seródio atardecer deste verao que mudou a história do nosso Val.
Para fechar a homenagem a voz do poeta nacional Anxo Angueira fai vibrar aos assistentes.
Eram já mais das oito da tarde quando boa parte das pessoas presentes, participam num convívio entre bebidas e viandas, amenizado pola música tradicional do grupo de pandereiteiras “As da chispa e amigos”.

Um lugar da infámia passa a ser um lugar da memoria!

Setembro 16, 2019