Saúde e República!
Comunicado polo 89 aniversário da proclamaçom da II República espanhola
SAÚDE E REPÚBLICA!
A proclamaçom terça-feira 14 de abril de 1931 da República na imensa totalidade dos grandes núcleos urbanos, provoca a queda da corruta e criminal monarquia bourbónica.
O antidemocrático regime da Restauraçom avala, e preso do pánico o bisavó do atual Felipe VI escapa para o exílio. As massas proclamam a II República espanhola 14 de abril.
Diversas fontes indicam que foi Entrimo a primeira localidade do Val do Límia e da Galiza, onde se proclamou a República.
Ubaldo González González encabeçou a cavalo umha manifestaçom popular na Terrachá dia 13 de abril, içando a bandeira tricolor na varanda do Concelho.
Ubaldo, conhecido polo alcume familiar de “Cabirteiro”, posteriormente foi alcaide e tivo que exiliar-se fugindo das balas falangistas.
Abre-se um período contraditório, complexo e convulso, no que se logram importantes avanços e conquistas nos direitos e liberdades no ámbito democrático, laboral, nacional, de género, cultural.
A II República espanhola foi basicamente umha tentativa de concluir e consolidar a inacabada e limitada revoluçom burguesa.
Porém, desde o minuto zero a reaçom monárquica, promovida pola cúria católica, o exército, o grande capital industrial e latifundiário, e a nobreza, iníciam a conspiraçom para restaurar a velha ordem oligárquica.
Sim sabemos que a imensa maioria do seu povo trabalhador, com destaque paras as mulheres, logrou melhoras tangíveis nas condiçons de vida, avanços na sua emancipaçom frente o atraso e empobrecimento a que estava submetido polo poder caciquil e clerical.
Embora nom foi mecánico nem linhal a implantaçom dos direitos e liberdades individuais e coletivas derivadas dos avanços legais e jurídicos da II República espanhola, o curto período que vai de abril de 1931 a julho de 1936 sentou as bases para umha profunda transformaçom em todos os ámbitos.
Sem lugar a dúvidas a vitória eleitoral da Frente Popular em fevereiro de 1936, acelerou a consolidaçom das conquistas que até esse momento eram questionadas, e mesmo “papel molhado”, pola hegemonia das forças reacionárias e caciquis no Val do Límia.
O processo de auto-organizaçom popular da época, com a criaçom de sindicatos campesinhos e mesmo obreiros em muitas das paróquias do Val do Límia, dotando-se o povo trabalhador de mecanismos de autodefesa, e a brutal reaçom plasmada no golpe fascista de 18 de julho de 1936, constata que a oligarquia temia perder os seus privilégios seculares.
Hoje, neste 89 aniversário da proclamaçom da II República espanhola, o Comité pola Memória Histórica do Val do Límia [CMHVL] quer somar-se a esta comemoraçom, nom como ponto de chegada e sim como ponto de partida.
Queremos lembrar e honrar a todas as mulheres e homens que luitárom por umha nova vida e umha nova sociedade. A todos aqueles e aquelas que sem pedir autorizaçom a quem perpetuava o atraso, a discriminaçom, a exploraçom e a opressom, se pugérom maos a obra.
Basicamente a tod@s @s executad@s, reprimid@s, exiliad@s e a quem durante décadas mantivo a resistência e a dignidade antifascista.
Mas também, desmascarar o atual regime postfranquista e a monarquia bourbónica imposta por Franco é umha das nossas tarefas na recuperaçom da memória coletiva. E mais quando sem pudor se desliza face posiçons autoritárias.
Tal como se escuitava nas leiras, nas feiras, nos caminhos, nas corredoiras e nas festas na primeira metade da década de trinta, recuperemos o Saúde e República!
Val do Límia, 13 de abril de 2020