Lino Tejada Rodríguez

Segundo consta na partida de nascimento, eram as 9 da manhá do dia 8 de fevereiro de 1901 quando nasceu na casa familiar, situada no paço da família Tejada de Moinhos.

Lino Tejada Rodríguez era o segundo filho de Javier Tejada Armada e de Segunda Rodríguez Rodríguez.

Na segunda metade da década dos vinte era funcionário policial.

À altura de 1936 formava parte do staff de segurança do governador civil de Jaén [Andaluzia].
Pola sua lealdade à República e firmeza, foi designado delegado especial governativo pola máxima autoridade provincial de Jaén, Manuel Martín Galeano, para neutralizar o amotinamento da guarda civil acantonada num santuário em Serra Morena, a 32 quilómetros de Andújar [1].

Após o fracasso da sublevaçom fascista de 18 de julho de 1936 em Jaén, a maioria dos postos da “bememérita” da província fôrom abandonados, concentrando-se as forças repressivas na capital e grandes núcleos urbanos. O repregamento pretendia evitar que os seus efetivos fossem neutralizados polas milícias operárias e campesinhas.

Assim, a 18 de agosto de 1936, após um acordo entre os mandos da guarda civil e e o Governador de Jaén, chegam ao Santuário da Virgem da Cabeza de Andújar, 165 guardas, dous capitáns, um tenente, dous alféreces, o tenente-coronel chefe da comandáncia e o comandante maior, acompanhados por 1.220 civis, na imensa maioria familiares do contingente militar.

Lino Tejada foi autor do “Expediente instruído com motivo de la sublevación de los guardias y residentes en la Virgen de la Cabeza de Andújar“. O relatório consta de 38 fólios mecanografiados com as diligências, acompanhadas da relaçom epistolar entre as autoridades republicanas e a guarda civil do Santuário, mas também “octavillas” lançadas pola aviaçom republicana sobre os sitiados, cinco notas autógrafas, um informe oficial e outros textos manuscritos.

Lino Tejada chega a Andújar 9 de setembro de 1936 iniciando contatos com as autoridades republicanas, percorrendo a cavalo e a pé o terreno, estudando in situ a situaçom.

Perante a constataçom de que as forças da guarda civil nom se submetem às ordens instruídas polas autoridades republicanas, Lino Tejada ordena ao chefe do aeródromo de Andújar, lançar “octavillas” sobre o santuário.

Assinadas por Lino Tejada, require-se que abandonem o Santuário e se integrem na recém constituída Guarda Civil Republicana.

Perante a negativa dos amotinados, no dia 13 de setembro, Lino Tejada solicita ao Governador Civil que se iniciem os preparativos para o assalto militar do Santuário.

Porém, nos dias posteriores encabeça a delegaçom governativa que abre umha negociaçom com os amotinados. Como o acordo de iniciar evacuaçom em autocarros é de imediato incumprido pola guarda civil, entre o 15 e 25 de setembro é bombardeado o Santuário numha tentativa de procurar a rendiçom do contingente sublevado. Isto só logra que várias dúzias de guardas abandonem o recinto. A partir do dia 25 de setembro, perante a impossibilidade dumha saída política negociada impom-se a soluçom militar, cessando Lino Tejada as funçons para as que tinha sido nomeado.
Embora o Santuário carecia de interesse militar estratégico, a vitória fascista sobre o assediado Alcázar de Toledo em setembro de 1936, converteu a toma da Virgem da Cabeza, polo recém constituído Exército Popular Republicano [EPR], numha necessidade simbólica para injetar moral de vitória.

O próprio franquismo também assim o interpretou no seu posterior relato [2].

A primeira hora do dia 2 de maio de 1937 a bandeira tricolor republicaba ondeva sobre as ruínas da Virgem da Cabeza de Andujar.

De momento pouco mais sabemos do compromisso de Lino Tejada com a causa da liberdade e a justiça social. Nom conseguimos ainda nengumha fotografia polo que a imagem que ilustramos é dumha das “octavillas” assinadas por ele. A investigaçom em curso está completamente aberta.
Sabemos que foi fusilado 20 de setembro de 1940, quando contava com 39 anos, deixando orfos a quatro filhos.

Por informaçom fornecida pola Associaçom para a Recuperaçom da Memória Histórica de Jaén “quase com segurança os seus restos estarám na fossa comum do cemitério de Sam Eufrásio de Jaén capital”.


[1] “Los últimos días de agosto de 1936 crean en torno al Santuario una situación ambigua y confusa, que las autoridades provinciales se consideran en la obligación de aclarar. Es entonces, cuando el gobernador civil de la provincia de Jaén, don Manuel Martín Galeano, designa a Lino Tejada Rodríguez delegado especial para conocer de la exactitud de rumores circulados sobre posibles actitudes subversivas de las fuerzas de la extinguida Guardia Civil, concentradas en los sitios del término municipal de Andujar conocidos por la Virgen de la Cabeza y Lugar Nuevo …”.
Consultar “Nuevas luces para el estudio del asedio al santuario de la Cabeza. Notas y acotaciones a un documento olvidado”, da autoria de Manuel López Pérez, do Instituto de Estudios Gienenses.

[2] Em 1949 foi rodado o filme propagandístico “El Santuario no se rinde”, dirigida por Arturo Ruiz Castillo.

Abril 5, 2018