Porto Quintela
Continuamos identificando com precisom os lugares da memória. Nesta ocasiom a parcela que ocupava o ‘Gran comercio dos de Parada’, relevante para a homenagem ao antifascismo de Lobeira datada para 8 de agosto de 2021.
Porto Quintela, atualmente praticamente desaparecido e desfigurado a consequência da desfeita provocada por Fenosa com a construçom das Conchas, foi determinante durante o período republicano e nos primeiros anos da ditadura fascista, como um dos nós de comunicaçom, centro comercial e hotaleiro, mais destacado do Val do Límia.
ASSALTO AO “GRAN COMERCIO DOS DE PARADA”
A tentativa frustrada de assalto ao ‘Gran comércio dos Parada’, que tivo lugar 11 de novembro de 1940, foi um dos episódios mais sonados e polémicos da resistência armada ao fascismo no Val do Límia.
Tal como ja temos informado, no livro “Saltando a raia. Guerrilla republicana no suroeste ourensán (1939-1943)”, editado em 2016, Roman Alonso, conta o processo de preparaçom, desenvolvimento e dramáticas consequências da frustrada expropriaçom contra a mais importante negócio comercial da comarca, geridos polos irmaos Hermindo e Lisardo Castro, oriundos da aldeia de Parada de Ventosa [Moinhos].
O balanço da operaçom de expropriaçom contra os armazéns, que procurava financiar a unidade guerrilheira que operava no Val do Límia, saldou-se com quatro vítimas mortais.
Dous combatentes mortos e mais dous falecidos [Hermindo Castro e Milagros Martínez, esposa de Lisardo Castro], além de diversos feridos, som o resultado do confronto armado entre a unidade guerrilheira e os comerciantes e empregados que defendérom a tiros as suas propriedades.
Posteriormente umha intensa operaçom de perseguiçom iniciou-se de imediato contra os guerrilheiros que se tinham repregado para a sua base em Castro Laboreiro.
Nos meses seguintes fôrom capturados polas forças repressivas e executados no processo de detençom.
Seis deles fôrom fusilados em Ourense após sumaríssimo julgamento militar sem garantia algumha.
Quatro deles eram vizinhos do Val do Límia:
-Francisco Domínguez, de Nogueira, Santa Cristina [Lobeira].
-José Fernández Alonso “Pepe do Quarto”, de Nogueira, Santa Cristina [Lobeira].
-Gumersindo Delgado Gallego, de Porto Quintela [Bande].
Estes três fusilados em Ourense em 20 de outubro de 1941.
-José Fernández González “Rizo”, de Entrimo, fusilado em Ourense 22 de dezembro de 1942.
O ‘Gran comercio dos de Parada” foi desmontado pedra a pedra durante o processo de construçom das Conchas. Na atualidade o solar que ocupava está vazio, ao lado da alameda de Porto Quintela.