Os dous homes mortos nas Maus de Salas [Moinhos]
Estamos tentando identificar quem eram os dous cadáveres aparecidos na primavera de 1941 ou 1942, à beira do marco que divide as paróquias das Maus de Salas e Couso de Salas.
Josefa Vila Salgado, nascida nas Maus em 1934, lembra perfeitamente como no dia da feira de Couso, celebrada 11 de cada mês, aparecérom dous homens mortos no planalto ou chaira de Dornes.
O seu avô era o pedáneo das Maus, “quem juntou o pueblo, com naquel tempo nom havia coches trouxérom cada um em seu carro”.
Nom tem constância da causa, mas possivelmente falecérom após serem tiroteados pola Guarda Civil.
Sim sabe que fôrom levados em dous carros de vacas propriedade de César Antúnez Vázquez e de Cesáreo Pérez, até a aira situada ao lado da igreja da aldeia. Vinham do lugar onde tinham sido encontrados envoltos em lençóis de linho, e fôrom enterrados na terra, sem caixa, envoltos em colchas entregues pola vizinhança, no deambulatório norte do templo, no lugar que atualmente ocupam os panteons de Manuel Amorín, Carmen Antúnez e José Vila.
“Nom deviam ser umha gente calquera porque vinham mui bem vestidos, com bos trajes, boas camisas, boas corbatas, que se viam que eram umhas personas finas”, lembra Josefa escuitar a quem fôrom buscá-los.
Igualmente lembra dizer que pola sua fisionomia eram “estrangeiros”, homens mui altos.
“Isses senhores eu nunca ouvim que nadie vinhésse procura diles, nim onde vinhérom, nim quem os trouxo”.
Umha possível hipótese a quem poderiam corresponder estes corpos, levá-nos a pensar em aviadores aliados abatidos na França durante a Segunda Guerra Mundial, que estavam sendo transferidos por umha das rotas de escape a Portugal, que atravessava o concelho de Moinhos para a casa do doutor Barros em Tourém, ativista de Socorro Vermelho Internacional.
Lograrmos saber se existe algum registo nos livros paróquiais de Maus de Salas sobre este sucesso, permitirá acoutar mês e ano, e seguir investigando quem poderiam ser, para tentarmos identificá-los.