Carta manuscrita de Eudosia Lorenzo Diz
Publicamos a carta escrita pola mestra de Fradalvite, concelho de Lobeira, que aos poucos dias do golpe de estado fascista de 1936 tivo que abandonar com a sua família a sua aldeia.
O seu pai tinha recebido umha carta dos fascistas exigindo pagamento de 50.000 pts se queria conservar a sua vida e a da sua família.
Eudosia, Agustin Lorenzo e Basilisa Diz González, encontrárom refúgio em Castro Laboreiro, aldeia portuguesa que apoiou centenares de exilados galeg@s, dificultando ativamente a sua detençom pola polícia política do salazarismo, a temida PVDE [Polícia de Vigilância e Defesa do Estado].
Eudosia Lorenzo Diz, no período compreendido entre julho de 1936 e maio de 1938, para passar desapercibida vestia o traje castrejo como a restante comunidade de Castro Laboreiro, e ensinou a ler e escrever a crianças castrejas.
A carta manuscrita que publicamos é umha crónica da barbárie fascista que tingiu de sangue, dor e miséria o Val do Límia e o conjunto da Galiza no verao de 1936.
Eudosia constata e denúncia o asassasinato de três pessoas: “ … la gente disgustada se metía en sus casas y no hablaba, por el miedo que produjo, al aparecer unos hombres encontrados muertos en un barranco cerca del rio Limia no lejos del pueblo de las Conchas, y también el asesinato de un joven de 22 años en el pueblo llamado Mexide”.
O barranco ao que se refere Eudósia é conhecido como “poço do inferno”, e Mexide é umha aldeia próxima a Santa Comba de Bande.
Agradecemos ao seu filho Paul Feron Lorenzo ter-nos facilitado este importante documento de denúncia da barbárie fascista no Val do Límia.