70 aniversário da inauguraçom das Conchas. Progresso ou retrocesso?

Há sete décadas o fascismo inaugurava a primeira grande presa da Galiza. A presença do ditador acompanhado de altos hierarcas do regime [ministros de Indústria, Obras Públicas e da Marinha] na ceremônia oficial da inauguraçom, 16 de setembro de 1949, confirma a importância da obra.
Um ano antes, em agosto de 1948 tinha entrado em funcionamento experimental o primeiro grupo eletrógeno de 14.500 kVA.
Com este macroprojeto o regime fascista pretendia cubrir a demanda elétrica das áreas de Vigo e Ponte Vedra, solventando as restriçons de energia que padecia Vigo.
 
A obra de genuína fatura colonial provocou a maior desfeita social, económica, ambiental e patrimonial do Val do Límia.
Arruinou centos de famílias, inundou as férteis veigas, o traslado das aldeias de Banhos de Bande e de Porto Quintela, e umha nova oleada emigratória.
A presa das Conchas só beneficiou os interesses económicos da oligarquia fascista representada polo presidente do Banco Pastor, Pedro Barrié de la Maza, posteriormente nomeado Conde de Fenosa.
 
Marcou o início do declive progressivo da nossa comarca, supujo um golpe mortal a sua articulaçom socioeconómica.
O resultado é a atual cloaca na que se converteu As Conchas pola contaminaçom em xurros que padece o rio Límia.
 
Para evitar protestos, a repressom fascista realizou nos dias prévios à inauguraçom “detençons preventivas”, e militarizou a comarca, inçando a N-540 e parte das vias de comunicaçom secundárias, de guardas civis, milícias falangistas e polícia. Também enviou para Ourense nos dias prévios à ianuguraçom a trabalhadores e técnicos nom aditos ao regime, para assegurar que nom se produzíssem protestos.
Alguns dos vizinhos detidos sofrérom maus tratos e torturas por parte das forças policiais.
Embora nom se conhecem provas gráficas que o confirmem, a memória popular transmitiu que como reivindicaçom perante o baixo preço das expropriaçons, foi despregada umha faixa com a legenda “Franco, el pueblo quiere hablarte”.
 
Com intuito de analisar e debater sobre como afectou e afecta ao nosso passado, presente e futuro, o Comité pola Memória Histórica do Val do Límia tem previsto realizar umha mesa-redonda na que diversos especialistas abordarám o tema desde as suas específicas focagens disciplinares.
Setembro 26, 2019