Exigimos que Plácido Álvarez se retrate da sua burla às vítimas do fascismo
Lamentamos e condenamos a infame intervençom de Plácido Álvarez Dobaño, alcaide de Moinhos e porta voz do PP na Deputaçom de Ourense, no debate sobre o “Prémio Ourensania 2018”, que tivo lugar na Deputaçom de Ourense.
O discurso de Plácido Álvarez, questionando a crítica da oposiçom ao esbanjamento de recursos desse galardom, comparando emigraçom, exílio e repressom, é simplesmente inaceitável.
Mais umha vez o PP opta por denigrar com absoluta impunidade as vítimas da repressom fascista que assolou Val do Límia, o conjunto de Ourense e da Galiza, nos anos posteriores ao golpe de estado de 18 de julho de 1936.
Resulta umha intolerável ofensa às vítimas e familiares das perto de 800 pessoas executadas polo fascismo no conjunto de Ourense, afirmar que o prémio Ourensania “é memória histórica”, e qualificar os esforços das associaçons de memória histórica, forças políticas, grupos académicos de investigaçom, historiadores e familiares das vítimas, de pretender “resucitar aos mortos para satisfazer egos e populismos vergonhentos…”.
É umha infámia afirmar que a tarefa de recuperaçom dos nomes das vítimas do terrorismo fascista, localizar os seus restos, denunciar a amnésia imposta pola ditadura e o atual regime postfranquista, nom é memória histórica.
Empregar afirmaçons revisionistas e negacionistas, caraterísticas da extrema-direita, como “desenterrar mortos” ou “voltar a abrir feridas nos tempos que correm”, nom só é umha burla a quem por defender a liberdade e os direitos sociais do povo trabalhador, padeceu exílio, prisom, tortura, saqueio e roubo dos seus bens, aldraje, ostracismo e morte.
É também umha declaraçom de princípios, situando-se no campo ideológico dos herdeiros políticos do pistoleirismo falangista e das criminais quatro décadas de brutal ditadura franquista.
As mulheres e homens que conformamos o Comité pola Memória Histórica do Val do Límia, nom nos resignamos, nem calamos. Denunciamos com firmeza e claridom a atual deriva neofacsista do regime que tam bem representa Plácido Álvarez, e conhecedores da experiência histórica sabemos que o fascismo deve ser combatido sem trégua e sem matizes.
Eis polo que o Comite pola Memória Histórica do Val do Límia solicita que Plácido Álvarez se retrate das suas ofensivas palavras, ou bem demita das suas responsabilidades como alcaide de Moinhos e Vice Presidente da Deputaçom de Ourense.
Solcitamos à Fiscalia que investigue se a sua intervençom está tipificada como delito no atual Código Penal.
Consideramos que após este lamentável episódio, como desagravo às vítimas e familiares do terrorismo franquista, a Deputaçom de Ourense condene sem paliativos a ditadura franquista, honre a todas as vítimas da repressom que inçou de cadáveres as cunetas de Ourense, e apoie todas as iniciativas visadas a recuperar a sua memória.
Val do Límia, 8 de novembro de 2018